Abril, mês dos cravos
De águas mil, as terras em fertilidade Anos pesados, dias e meses amargos Os sonhos, os políticos açaimaram Recorda capitão, da parada em Viseu Pelas dez da noite, tua voz se ergueu: _ Temos a oportunidade e a vontade de salvar a nação dos sem razão, lutar pela justiça, em democracia, combatendo a guerra e a ditadura reerguer a liberdade sem censura Os jovens, bem tenros se ofereceram Irmanados pela liberdade e dignidade Em uníssono, suas vozes ergueram: - Eu me ofereço, quero ir meu capitão! Um passo em frente deram, em união Para Lisboa marcharam, tudo se calou ouvindo a senha"Grândola Vila Morena" Heróico Sinal, hora de cantar a revolução Nem a secreta, saciada, os lobrigou Glória à revolução: Abril valeu a pena Mas os anos pesados, da canga furioso fizeram sair o cidadão, a lutar por utopia Desprezando envergonhado, a ganância, a sem vergonha dos banqueiros, ultraje! Tão santinhos, a vender banha da cobra Com os políticos trauliteiros, ou traiçoeiros secaram o roxo cravo: brilha só neste dia! Nos restantes? não vê o sol radioso Ordens misteriosas, dos bancos a primazia Que restará para o pobre que trabalha?Azia